O processo judicial "Face Oculta" encerra em si características inéditas em processo semelhantes, no nosso País, quer pela gravidade, quer pela representatividade das ligações políticas às empresas de controlo estatal.E este caso, tem agora 4 segredos que importa desvendar e clarificar quanto antes, para além dos segredos do foro judicial, que não têm lugar no âmbito desta análise...
1 - O que levou o Conselho de Administração (CA) do BCP (a maior empresa "privada" de um sector de actividade muito conservador!) a reforçar a confiança em Armando Vara, em menos de 24 horas após vir a público a notícia? O que move este CA, muito badalado nos últimos anos pela forma como "assolou" o poder e com manifestas ligações ao PS? Estarão estas ligações acima do interesse dos Accionistas, cujos interesses o CA deve representar?
2 - Como vai o Governador do Banco de Portugal (BP), o Dr Vitor Constâncio, agir neste caso, uma vez que o BP é quem regula a actuação dos Administradores dos Bancos em situações que possam eventualmente perigar a imagem e credibilidade do sector? Como irá actuar este reconhecido técnico, que foi já protagonista de alguns episódios menos ortodoxos para o lugar que ocupa, e que representaram uma excepção ao seu curriculum impoluto até então?
3 - Como irá reagir o novo Ministro da tutela da REN (Dr Vieira da Silva), uma vez que o mandato do arguido José Penedos termina em final de 2009? Suspenderá para "abrir as portas" à investigação e trabalho do Ministério Público? Ou irá "fazer de conta" que não passa de um "episódio", e que não tem que prestar contas aos restantes Accionistas, sendo estes privados?
4 - Como irão as autoridades impor a celeridade a este processo, nomeadamente o Ministério Público (MP), e sobretudo como se explica que, num caso de alegada corrupção e crime económico, o alegado CORRUPTOR seja apreendido e os alegados CORRUPTOS não sejam igualmente apreendidos?
No mínimo, as medidas de coacção e preventivas devem ser iguais para ambos os papeis, sob pena de se assemelhar "invulgar" à luz do conhecimento popular.
Qual o receio em suspender a actividade de representantes do Estado (logo de todos os Portugueses) em situações de alegadas irregularidades em proveito próprio, e enquanto espera o devido julgamento pela Justiça?
O receio deve ser o de manter essas pessoas em exercício de funções, mesmo antes de serem julgados, e isto não tem nadaque ver com "justiça na praça pública"... Agora, para tal a justiça teria de ser célere e eficaz, e teriam de se acautelar as posições de eventuais pessoas a que não se provem culpa futura.
Saudações e indignações Gondinenes
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