31 de outubro de 2009

Os 4 segredos da "Face Oculta"

O processo judicial "Face Oculta" encerra em si características inéditas em processo semelhantes, no nosso País, quer pela gravidade, quer pela representatividade das ligações políticas às empresas de controlo estatal.
E este caso, tem agora 4 segredos que importa desvendar e clarificar quanto antes, para além dos segredos do foro judicial, que não têm lugar no âmbito desta análise...

1 - O que levou o Conselho de Administração (CA) do BCP (a maior empresa "privada" de um sector de actividade muito conservador!) a reforçar a confiança em Armando Vara, em menos de 24 horas após vir a público a notícia? O que move este CA, muito badalado nos últimos anos pela forma como "assolou" o poder e com manifestas ligações ao PS? Estarão estas ligações acima do interesse dos Accionistas, cujos interesses o CA deve representar?
2 - Como vai o Governador do Banco de Portugal (BP), o Dr Vitor Constâncio, agir neste caso, uma vez que o BP é quem regula a actuação dos Administradores dos Bancos em situações que possam eventualmente perigar a imagem e credibilidade do sector? Como irá actuar este reconhecido técnico, que foi já protagonista de alguns episódios menos ortodoxos para o lugar que ocupa, e que representaram uma excepção ao seu curriculum impoluto até então?

3 - Como irá reagir o novo Ministro da tutela da REN (Dr Vieira da Silva), uma vez que o mandato do arguido José Penedos termina em final de 2009? Suspenderá para "abrir as portas" à investigação e trabalho do Ministério Público? Ou irá "fazer de conta" que não passa de um "episódio", e que não tem que prestar contas aos restantes Accionistas, sendo estes privados?

4 - Como irão as autoridades impor a celeridade a este processo, nomeadamente o Ministério Público (MP), e sobretudo como se explica que, num caso de alegada corrupção e crime económico, o alegado CORRUPTOR seja apreendido e os alegados CORRUPTOS não sejam igualmente apreendidos?
No mínimo, as medidas de coacção e preventivas devem ser iguais para ambos os papeis, sob pena de se assemelhar "invulgar" à luz do conhecimento popular.

Qual o receio em suspender a actividade de representantes do Estado (logo de todos os Portugueses) em situações de alegadas irregularidades em proveito próprio, e enquanto espera o devido julgamento pela Justiça?
O receio deve ser o de manter essas pessoas em exercício de funções, mesmo antes de serem julgados, e isto não tem nadaque ver com "justiça na praça pública"... Agora, para tal a justiça teria de ser célere e eficaz, e teriam de se acautelar as posições de eventuais pessoas a que não se provem culpa futura.

Saudações e indignações Gondinenes

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